Pouco menos de uma semana após apresentar minha indignação pela forma que o Iranduba foi eliminado e mais ainda, com a quase total inércia em relação a tudo que ocorreu, acontece tudo de novo na cidade de Gurupi, no Estado de Tocantins. Novamente a arbitragem, como no jogo em Manacapuru, foi o elemento catalisador dessa situação desagradável.
Domingo (dia 17.07.2017), por volta das 23:10 horas, o vôo que trouxe de volta ao Amazonas os jogadores do Tubarão do Norte, chegou à Manaus. No terminal de desembarque de passageiros, um grupo de estudantes promovia uma espécie de pegadinha aos que desembarcavam, aplaudindo-os e gritando bem alto que eram bem vindos a Manaus, quando apareciam no portão de desembarque.
Mas quando o primeiro jogador do Princesa despontou, nenhum aplauso, nenhum grito. Apenas o desprezo de quase toda mídia local, com exceção da Rádio JÁ, que acompanhou a chegada dos jogadores, como dever de justiça e reconhecimento.
Não colhi entrevista ou fiz fotos, pois percebi o sentimento de cada jogador e membro da comissão técnica. Apenas limitei a cumprimentar alguns, dar um abraço em outros. Entre eles o goleiro Victor, o qual mesmo sendo muito jovem, começou a aprender da pior maneira que assim como na vida, no esporte, muitas vezes não é o melhor que ganha uma peleja.
Ouvi atentamente a indignação dos jogadores que precisavam de alguém para desabafar, assim como o treinador Alberone, que a meu ver, conseguiu tirar leite de pedra, como diziam os antigos, tamanha a limitação de recursos que tinha a sua disposição.
O Princesa está de parabéns, mas só isso não basta. Precisamos exorcizar esse maldito espírito de colonizado que ainda assombra nosso Estado e nosso futebol, e com essa história repetida e mal contada, faço minhas as palavras proferidas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso:
“Assim não dá, assim não poder ser!!!”.
Mas o pior é que tudo aqui continua sendo assim...
Beto Tavarovsky
Jornalista/ Radialista